Friday, December 19, 2008

"Star Wars" - an a cappella tribute to John Williams

Voces provavelmente ja viram esse video, mas vejam novamente. Vale muito a pena.
E votem nele. O rapaz merece.

PCAVOTE.COM

Thursday, December 18, 2008

Sunday, December 14, 2008

ABAL - 27 anos



Publicada em 14/12/2008

Rogério Verzignasse
Grupo de canto lírico faz 27 anos
Abal nasceu do protesto de artistas campineiros por espaço
ROGÉRIO VERZIGNASSE
rogerio@rac.com.br


Alcides Acosta, matogrossense de Corumbá, cresceu encantado com a voz da mamãe Deolinda, que fazia parte do coral da igreja. No começo da década de 50, o garoto era vidrado no Mário Lanza, tenor norte-americano que fez sucesso no cinema no papel do italiano Enrico Caruso, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. Ele veio para Campinas moço, interessado em estudar Direito. Para pagar as contas na pensão, arrumou emprego de rádio-escuta em 1963, na redação do Correio Popular, na época comandada por Carlito Tôntoli.
Depois, virou repórter e redator. Ah, mas e a música? Bom, num belo dia, ele estava sentado no banco da Praça Carlos Gomes quando ouviu a voz potente de um cantor que vinha de uma casa da Rua Boaventura do Amaral.

Acosta descobriu que ali, ao lado do jardim, ficava a escola de canto da Tiana Amarante. Não pensou duas vezes. Se matriculou e se entregou aos ensaios. Em 1970, quando Campinas comemorava o centenário da ópera O Guarani, ele fez um teste no teatro para fazer parte do coral. Pois quem fazia a seleção se impressionou com sua voz. O jovem acabou cantor do elenco. E, cercado de artistas, mergulhou de vez na profissão.

Em 1981, chateado com a falta de espaço estruturado para os ensaios, ele liderou a campanha "Para nossa voz, queremos vez!". Tinha o apoio de intelectuais da época: cantores, poetas, produtores culturais. E o barulho fez resultado. No mesmo ano, a Prefeitura deixou que a turma passasse a ensaiar no saguão do Centro de Convivência Cultural (CCC). No dia 18 de dezembro daquele ano, a turma cantou unida pela primeira vez, ao lado de um piano emprestado, para quem quisesse apreciar.

Nascia naquela noite a Associação Brasileira Carlos Gomes de Artistas Líricos (Abal). O nome do maestro ilustre, no meio da razão social, servia para diferenciar o grupo campineiro da Abal carioca, que já existia. Os recitais duram até hoje. Em 27 anos de história, o grupo passou por várias casas. Começou na Sala Carlos Gomes, ali mesmo no Convivência. De lá, se mudou para o Salão Vermelho da Prefeitura, Jockey Club, Cultura Artística, Centro Cultural Evolução, Palácio dos Azulejos, Estação Cultura.

No começo do governo atual, a Abal ganhou um prêmio: voltou a ocupar a sala original, no CCC, que hoje tem 140 poltronas. Os recitais agora são quinzenais. O próximo vai acontecer dia 19, exatamente para comemorar o aniversário do grupo.

Acosta, na biblioteca de casa, guarda algumas preciosidades. Ele tem a placa original da inauguração oficial da sede, que ocorreu em setembro de 1982, durante o governo de José Nassif Mokarzel. Tem também cartazes de apresentações marcantes da Abal, como aquela de 1992: o maestro Alexander Amaral, o pianista Carlos Wiik e oito cantores embarcaram para Orlando, nos Estados Unidos, onde apresentaram a ópera Colombo, de Carlos Gomes, nos festejos dos 500 anos do Descobrimento da América.

Alguns nomes da lista de fundadores da Abal ainda vivem na cidade. Gente como Vera Pessagno Bréscia, Edson Juliano, José Marialva, Hely Rodrigues. Mas há esforço de renovação. Alunos e professores de canto da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), por exemplo, já fazem parte da turma atual. Acosta diz que a Abal chegou a ter 120 sócios, que colaboravam com anuidades para manutenção do grupo. Hoje, diz, 60 pessoas colaboram com R$ 100,00 anuais. Metade delas faz parte do elenco. A própria Secretaria Municipal de Cultura subsidia as apresentações que, além do CCC, acontecem em almoços e eventos variados.

Aos 65 anos, Acosta tem dois sonhos. O primeiro é devolver à sala de ensaio aquela charmosa placa de inauguração em bronze que ele guarda na estante de casa. O outro é tornar popular, entre os campineiros, a obra do maestro ilustre. Filho da terra, diz, muito respeitado lá fora, Carlos Gomes compôs muitas óperas, modinhas e canções que a maior parte dos conterrâneos desconhece. A cidade precisa, na sua opinião, despertar na garotada o orgulho pelo maestro.

Saiba mais

As pessoas interessadas em saber mais sobre a Abal e tiverem interesse em acompanhar os recitais podem entrar em contato pelo e-mail alcides.acosta@uol.com.br.